terça-feira, 30 de novembro de 2010

Disse que me disse que MASP receberá sua primeira intervenção nas fachadas

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o MASP receberá sua primeira grande intervenção nas fachadas, que durará até janeiro de 2011. Efêmera, porém histórica: trata-se da primeira intervenção nas fachadas do museu, alvo de vários artistas durante anos, privilégio de Regina Silveira.

Em função de ser tombado nas três esferas, o licenciamento de atividades que envolvam a arquitetura do edifício, de Lina Bo Bardi, é complicado. Com esforço, pela primeira vez foi liberada.

 

Adesivos de vinil recobrirão as janelas formando um céu azul e nuvens, uma alusão ao céu visto através de reflexos. O detalhes se tornam mais nítidos conforme o admirador tem distância do objeto, de maneira que é possível perceber, inclusive, uma agulha típica para o bordado que serviu de inspiração.

A relação desse tipo de intervenção se caracteriza por arte pública, assim definida pela artista: “É uma arte pública, fora dos espaços protegidos da arte, que se mete no meio da vida das pessoas...".



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sábado, 27 de novembro de 2010

Qual o limite da perspectiva?

A mera representação dos objetos arquitetônicos não é arquitetura por completo. É nesse sentido que temos um dos limites da perspectiva: a impossibilidade de promover experiências espaço-corpo-meio da mesma forma que o espaço construído. Imagem e interação espacial são mundos distintos que se tocam - não se misturam - através de uma interface visual, a exemplo do que ocorre com a TV e o telespectador. Não é incomum para nós, humanos, usarmos algum tipo de interface com um universo representativo. No jornalismo, a notícia e o leitor; na sociologia, o relato do fato social e o cientista; na geografia, o mapa e o geógrafo... Na arquitetura não poderia ser diferente.

Para exemplificar isso, tomemos como exemplo uma publicação sobre o projeto Gazipasa Arboretum, que possui uma configuração com razoável dose de ousadia. No texto, tenta-se passar quais seriam as sensações percebidas pelos usuários em função de tais configurações, em associação com as imagens representativas. Por se tratar de projeto que ainda não se fez objeto, são presságios que podem ou não ter uma acurácia, a depender do potencial crítico de quem analisou o projeto no papel, incluindo inerentes aspectos imprevisíveis e de caráter individual de cada usuário, os quais nem Deus seria capaz de determinar. Desse modo, convido a todos os leitores que antes de se dirigirem ao link, dirijam-se primeiro às imagens (também disponível no site do estúdio) e reflitam sobre o que vocês esperam de uma experiência naquele espaço e depois comparem.

Mesmo com suas limitações, a perspectiva não deixa de ser fundamental para a arquitetura. Não há notícia feita por jornalista que não saiba escrever, e na mesma linha, não há projeto sem representação. Um dos fatores de sucesso para um bom projeto é o domínio do arquiteto sobre diversas formas representativas, como o desenho técnico, artístico, computacional gráfico e sobretudo a perspectiva. Não se faz arquiteto aquele que não representa sua criação, por mais sensibilizado que seja para o processo criativo.